domingo, 22 de maio de 2011

Poema da Chegada



Sexta à noite (ou da solidez)



Quando chego, ela está em casa me esperando
Cansada, abatida, resignada
Com um sorriso nos lábios, no entanto
Me acena

Um beijo, o abraço apertado
Amor brando, edificado
Agora não falta mais nada
Me aquece

Uma noite, em sonho e em claro
Tanta coisa a contar, mais ainda a fazer
O sol vem e leva as primeiras horas
Me acorda

Café preto, deitado na cama
Camisa suja, lençol molhado, um desastre
Beijo quente de café
Me repete: eu te avisei

Três dias se passam, tempo implacável
Mala em punho, seres partidos
Olhares que tudo denunciam
Me despeço: fazer o quê?

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